«Liebe Ist Für Alle Da» significa «o amor é para todos». Na óptica dos Rammstein só o ditador austríaco Joseph Fritzl não merece o ar que respira.
O amor é para todos (é este o significado do título), até para os Rammstein mas nem sequer vale a pena sonhar com baladas de isqueiro aceso. Cada disco destes alemães continua a ser um espaço de violência, física como em «Pussy» ou psicológica como em «Wiener Blut» (sangue de Viena).
Se a primeira, o single, é a canção mais pop (no sentido de imediata) de «Liebe Ist Für Alle Da», «Wiener Blut» é, tanto a nível lírico como musical, a mais complexa de um disco em que a crueldade social é exposta até ao pormenor mais ínfimo.
Quatro anos depois de «Rosenrot», os Rammstein já não anunciam a revolução porque eles próprios fazem parte dela. Pelo menos, na forma como descontroem o discurso politicamente correcto de muitos dos que nos dirigem. Ou será tudo uma manobra de marketing à Marilyn Manson?
O som dos Rammstein não sofre nenhuma operação transformista mas abre espaço a experiências como «Frühling in Paris», em que até Edith Piaf é citada. Nada que coloque em perigo a brutalidade a que habituaram; o fogo continua a arder e intenso.
Por Davide Pinheiro – Disco Digital